POLÍCIA FEDERAL VAI A CASA DE ROBERTO JEFERSON, O EX DEPUTADO DIZ QUE TROCOU TIROS COM OS AGENTES.
Agentes foram a residência do ex-parlamentar, no município de Comendador Levy Gasparian, no Rio de Janeiro, neste domingo.
O ex-deputado federal e presidente de honra do PTB, Roberto Jefferson, afirmou que trocou tiros com a Polícia Federal, depois de agentes chegarem à casa dele para o cumprimento de um mandado. O caso ocorreu no município de Comendador Levy Gasparian, no Rio de Janeiro, neste domingo.
Em uma gravação, Roberto Jefferson filma o circuito de câmeras do imóvel que mostra um carro da Polícia Federal e afirma que revidou os tiros dos agentes. “Estou dentro de casa, mas eles estão me cercando.
Vai piorar, vai piorar muito, mas eu não me entrego. Chega de abrir mão da minha liberdade em favor da tirania. Não faço mais isso. Chega”, afirma o ex-parlamentar.
“Vou cair de pé, como homem que sou. Sou líder. O líder não é só de palavra, dá o exemplo. O Brasil chegou no limite da tirania. Esses caras tiranizaram a gente. Xandão [Alexande de Moraes], Cármen Lucia, [Edson] Fachin. Está aqui a minha mulher, em desespero, em prantos”, complementa.
O advogado do PTB, Luiz Gustavo, confirmou ao R7 que a PF foi à casa de Roberto Jefferson, que está em prisão domiciliar, para o cumprir medidas cautelares relacionadas ao vídeo em que o ex-deputado federal ofende a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia e compara a magistrada a uma prostituta.
“Fui rever o voto da bruxa de Blair, a Cármen Lúcifer, na censura prévia à Jovem Pan. Olhei de novo, não dá pra acreditar. Lembra mesmo aquelas prostitutas”, disse Jefferson, na gravação.
COMPORTAMENTO REPUDIADO PELO STF.
A conduta do ex-parlamentar foi repudiada pela presidente do STF, ministra Rosa Weber. “O Supremo Tribunal Federal manifesta seu veemente repúdio à agressão sórdida e vil, expressão da mais repulsiva misoginia, de que foi vítima a ministra Cármen Lúcia em função de sua atuação jurisdicional, no âmbito do Tribunal Superior Eleitoral”, disse Weber.
“Condutas covardes dessa natureza são inadmissíveis em uma democracia, que tem como um de seus pilares a independência da magistratura.
Não há como compactuar com discurso de ódio, abjeto e impregnado de discriminação, a atingir todas as mulheres e ultrapassar os limites civilizatórios”, acrescentou.
Para Weber, Cármen tem notável saber jurídico e reputação ilibada. “Ilumina o STF com sua inteligência, talento, isenção e competência. Sem dúvida, continuará, independente e serena, na defesa intransigente da Constituição, sempre com o respaldo e admiração de seus pares e da comunidade jurídica”.
Jefferson tentou disputar a Presidência da República nestas eleições, mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anulou a candidatura por unanimidade, no início de setembro.
Presidente de honra da legenda, Jefferson se lançou candidato ao Palácio do Planalto mesmo cumprindo prisão domiciliar. No lugar do ex-deputado federal, o PTB lançou a candidatura de Padre Kelmon.