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MORRE DE CÂNCER DE PULMÃO EM SUA RESIDÊNCIA NO ESTADO DE SÃO PAULO A CANTORA RITA LEE AO 75 ANOS DE IDADE

Rita Lee é considerada no Brasil a Rainha do Rock Brasileiro.

Rita Lee morreu nesta segunda-feira (8), aos 75 anos, a cantora é um dos maiores nomes do rock brasileiro. A informação foi confirmada pela família nesta terça-feira (9). O velório será aberto ao público e acontecerá no planetário do Parque Ibirapuera, nesta quarta-feira (10) das 10h às 17h. O corpo será cremado em uma cerimônia particular, conforme desejo da cantora.

Ela travava uma luta contra o câncer de pulmão desde 2021. Após tratamento, chegou a ter diagnóstico de cura em abril de 2022. Mas, desde o início deste ano, tratava da remissão da doença.

Nas últimas semanas, a cantora passava por tratamento paliativo, quando o único tratamento disponível é a administração de medicamentos para reduzir o sofrimento do paciente, na casa onde vivia em São Paulo.

Rita marcou geração liderando Os Mutantes, com rock psicodélico que revolucionou a década de 1960. Passou ainda pela Tutti Frutti na década de 1970 até se lançar em carreira solo.

É dona de hinos do rock nacional como “Ovelha Negra”, “Mania de Você” e “Lança Perfume”. Rita se lançou ainda como escritora e era ferrenha defensora dos animais.

A previsão era lançar ainda neste mês um novo trecho de sua autobiografia, agora com relatos de seu tratamento contra o câncer.

“ORRA, MEU”

Nascida em 31 de dezembro de 1947, Rita Lee Jones de Carvalho é descrita em “Sampa”, de Caetano Veloso, como a mais completa tradução da cidade da garoa. E suas raízes não poderiam ser mais paulistanas mesmo.

Um caldeirão de crenças, cultura e muita proteção familiar. Lee, por exemplo, não é sobrenome, e sim um nome composto em homenagem a Robert E. Lee, general confederado e ídolo na família do pai de Rita, o dentista Charles Finley Jones.
Caçula de Charles, descendente de norte-americanos do Alabama e Tennessee, e de Romilda Padula, filha de italianos, Rita cresceu com muitas referências culturais distintas.

Estudava em escola francesa, tinha aulas de piano, mas também buscava inspiração nos discos de rock das duas irmãs mais velhas e brincava pelas ruas da Vila Mariana com seus bichinhos.

Sempre foi apaixonada por eles e dedicou-se à proteção animal por toda a vida, posicionando-se publicamente contra rodeios, por exemplo.

O interesse pela música começou ainda na adolescência. Fez parte do Tullio’s Trio e, mais tarde do Teenage Singers. Foi nessa época que conheceu os irmãos Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, depois que suas bandas se fundiram. Com o tempo, só sobraram os três, que decidiram se apresentar como Os Bruxos. Ronnie Von, à época o Príncipe da Jovem Guarda, sugeriu outro melhor, que ficou na história: Os Mutantes.

Desde essa época ela se destacava com figurinos, maquiagem e comportamento fora dos padrões da época. O cabelo liso e com franjinha, primeiro louro e, desde os anos 1990, pintados de vermelho, foram a sua marca em grande parte da vida.

Mas foram as suas composições, que questionavam, mesmo de forma indireta, questões sociais e sobretudo em relação às mulheres, a sua maior herança.

De Ná Ozetti a Manu Gavassi, que gravaram álbuns em homenagem à rainha do rock, Rita Lee é referência para gerações de mulheres na música e fora delas.

A DISCOGRAFIA IMITA A VIDA

Em 60 anos de trajetória na música, Rita Lee gravou 18 álbuns de estúdio e seis ao vivo na carreira solo. Isso sem falar nos discos essenciais que produziu ao lado de duas bandas básicas para constar em qualquer discoteca.

Primeiro com Os Mutantes. Entre 1968 e 1972, quando deixou o trio de maneira tempestuosa, foram sete discos. Em um mesmo ano, lançaram o disco de estreia e fizeram parte do manifesto “Tropicalia ou Panis et Circenses”, com Caetano Veloso, Gilberto Gil e Tom Zé, entre outros.

Rita lançou dois álbuns solo, um enquanto ainda estava n’Os Mutantes e outro logo após sua saída. Mas seu potencial criativo foi ainda mais potencializado quando assumiu o posto de líder de outra banda, a Tutti Frutti, que narrou as mudanças comportamentais da década em hits como “Mamãe Natureza”, “Agora Só Falta Você”, “Luz Del Fuego”, “Ovelha Negra”, “Esse Tal de Roque Enrow” e “Jardins da Babilônia”.

Entre 1974 e 1978, gravou quatro discos com a Tutti Frutti, que tinha ainda Luis Sérgio Carlini (guitarra), Lee Marcucci (baixo), e Franklin Paollilo (bateria).

A parceria mais longeva, no entanto, foi a que ela levou também para a vida. O guitarrista carioca Roberto de Carvalho, com quem ela está desde 1976, pai de seus três filhos: Beto, João e Antonio.

Na época, Rob, como ela o chamava, era guitarrista de Ney Matogrosso. O cantor estava em plena gravação do álbum “Bandido” e mostrou os primeiros resultados a Rita, que se impressionou com o som do “gato” que vira em um bar dias antes. O namoro começou sob as bênçãos de Ney e, apaixonadíssima, compôs “Doce Vampiro” e “Mania de Você”, entre tantos hits do fim dos anos 1970.

A dupla Rita Lee & Roberto de Carvalho (alguns álbuns foram lançados com esse nome), compôs ainda mais hits, em 16 álbuns. O último foi “Reza”, de 2012, quando ela anunciou a aposentadoria dos palcos.

Nivaldo Oliveira

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